terça-feira, 27 de agosto de 2013

Projetos para proteção da mulher vão a segundo turno nesta terça


Sete projetos apresentados no bojo do relatório final da CPI da Violência contra a Mulher vão a votação em segundo turno nesta terça-feira 27) no Plenário do Senado. As propostas passaram por primeiro turno de discussão na quinta (22) e voltam à pauta no mesmo dia em que a presidente Dilma Rousseff participa de sessão solene do Congresso para homenagear os sete anos da Lei Maria da Penha e recebe o relatório das mãos da senadora Ana Rita (PT-ES). A homenagem vai ser realizada às 11h; a votação se inicia por volta das 16h.

A expectativa de Ana Rita, relatora da CPI mista, é de que os projetos resultantes do trabalho da comissão sejam votados e aprovados.

– Com a aprovação, daremos uma grande contribuição para o enfrentamento da violência contra as mulheres – diz.
Uma das propostas (PLS 292/2013) define o crime de feminicídio como uma "forma extrema de violência de gênero que resulta na morte da mulher". De acordo com o texto, o crime pode ocorrer em três situações: quando há relação íntima (de afeto ou parentesco) entre vítima e agressor, quando há qualquer tipo de violência sexual e quando há mutilação ou desfiguração da vítima.

Ana Rita diz que a tipificação do feminicídio no Código Penal é importante porque reconhece, sob a forma da lei, que mulheres estão sendo mortas pela razão de serem mulheres, "expondo a desigualdade de gênero que persiste em nossa sociedade".

Além disso, argumenta ela, a tipificação evita que os agressores sejam beneficiados "por interpretações jurídicas anacrônicas e moralmente inaceitáveis, como a de terem cometido crime passional".

Segundo a CPI, foram assassinadas mais de 40 mil mulheres no Brasil entre 2000 e 2010, cerca de 41% delas em suas próprias casas – e muitas por companheiros ou ex-companheiros.

Entre os outros projetos há o que classifica a violência doméstica como crime de tortura (PLS 293/2013); o que prevê atendimento especializado no SUS (PLS 295/2013); o que permite às vítimas receber da Previdência uma ajuda temporária (PLS 296/2013); o que cria o Fundo Nacional de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres (PLS 298/2013); o que destina parte dos recursos do Fundo Penitenciário Nacional (PLS 297/2013 ) à manutenção de casas de abrigo que acolham vítimas de violência doméstica; e o que exige rapidez na análise da prisão preventiva para os agressores (PLS 294/2013).

Para se tornarem leis, essas matérias têm de ser aprovadas pelo Senado e, em seguida, pela Câmara dos Deputados. A CPI apresentou mais seis projetos, que farão o caminho contrário: começam sua tramitação na Câmara e depois, se aprovados, vêm ao Senado.


Fonte: Agencia Senado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário