sábado, 31 de agosto de 2013

XXII DOMINGO COMUM



                                                  


"Sê modesto.... comporta-te como uma pessoa humilde".
Esta frase se encontra na primeira  leitura deste domingo. Ou como sugere Jesus no Evangelho: "Quem se exaltar será humilhado e quem se humilhar será exaltado".
O termo humilhar, ou humilhar-se, poderia soar nos nossos ouvidos como uma grande pergunta. O que se entende por humilhar, ser humilde? E mesmo que buscássemos muitas respostas acerca da questão, talvez passássemos longe do real significado, uma vez que responder a essa pergunta, requer ter os olhos na terra e no céu. Resposta nem sempre dada através de conceitos e teorias, mas de gestos e atitudes.
Mas se quisermos mesmo ter a noção clara acerca do tema, temos um mestre em teoria e gestos - Jesus. Pois bem, se Jesus é mestre em humildade tanto no falar quanto no agir, porque nossa Igreja, nossas comunidades, nossas lideranças, nossos padres  ainda são tão duros, frios, autoritários. Por que nas nossas comunidades e na nossa Igreja falar de um Jesus humano, sensível, conversador, brincalhão, que se mistura com as pessoas, mesmo aquelas mais suspeitas do ponto de vista da moral e da pureza causa medo e escândalo em tanta gente?
Será que esse Jesus tão sério, tão carrancudo e tão austero que nós passamos para as pessoas é coerente com o nosso modo de ser mesmo, ou tudo não passa de uma farsa e de uma hipocrisia?
É triste ver como o título padre tem revelado irmãos que pareciam ovelhas, tornarem-se lobos ferozes e que devoram outros irmãos, devoram o povo, devoram a Igreja.
Jesus nunca demonstrou interesse em vestir seus discípulos de títulos e de méritos, mas os quis vestir de humildade e de amor. Quando no caminho para Jerusalém os filhos de Zebedeu lhes pediram um lugar no templo, ele disse: "Vocês não sabem o que pedir". Criticou duramente os fariseus que gostavam de títulos e de aparecer diante das pessoas.
Muitos de nós padres só temos esse título, mas suficiente para pisarmos, humilharmos pessoas, colegas. Impomos uma Igreja autoritária, moralista, fechada, distante, que lança ao rosto do povo suas regras descontextualizadas, pra não dizer envelhecidas, anacrônicas, frente à realidade dos seus filhos e de suas filhas. Para esses irmãos não parece ser uma Igreja  Conosco, como Jesus é o Emanuel, Deus Conosco.

Fonte: Blog do Padre Isaque

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