Hoje fui impelido a escrever sobre a Praça José Sarney por influência do meu amigo escritor, jornalista e historiador, pesquisador, com um faro de pesquisa como ninguém, um cara ótimo em pesquisa oral.
A Pracinha como ficou conhecida por muitos, está na lembrança dos tutoienses de outros tempos, os mais jovens, talvez não saibam bem do que se trata. Mas, muitas memórias ali guardadas estão naquele local. A praça não mais existe, mas nossas lembranças estão aqui vivas.
O local a que me refiro é onde, atualmente, está situado o prédio do Fórum, no encontro das ruas São José com a Rua Celso Fonseca e com a Rua Afonso Pena. Bem vizinho desse prédio cercado com muro em todo o entorno da antiga praça estão vizinhos os prédios das agências dos bancos Bradesco e do Nordeste. Uma imagem printada do google fica mais fácil a visualização.
Ali na década de 90 quando ainda tínhamos a Pracinha, joguei bola (não digo, futebol ou futsal, pois nunca fui bom nesse esporte, era um verdadeiro perna de pau) com os amigos Manilimpa (Manoel), Branco, Adonias Junior, Jardinha, Paraca (falecido), o Sabido (falecido), o Pardal (Rony Iran) entre tantos outros que não recordo.
O espaço onde jogávamos bola era calçado e tinha bancos de concreto que usávamos de gol.
Mas, havia do outro lado um espaço com areia onde outros jogavam voleibol todas as tardes. Lembro do Keles Alex, da Lita (Almerita Lima, minha prima), de tantos outros e da Mara Jeaninne, minha quase irmã, filha caçula da minha madrinha e segunda mãe, Conceição Matos. Mara era uma moça muito bonita e muito cobiçada pelos rapazes, e demasiadamente enciumada pelo seu irmão Wittenberg Matos.
Ali assisti diversos arraiais de Tutóia. Tenho lembranças dos locutores Chaguinha Mota e Hamilton Tavares animando as noites. Arraial que, aliás, em algum tempo era realizado na área arenosa e depois mudou para uma praça feita de cimento no governo Bebeto. Na última noite do Arraial vários bumba-bois (de vários povoados) varavam a madrugada e amanhecia ali com suas toadas.
Lembro de uma toada que ao acordar cedinho corria para lá (eu morava ali na Rua Lucas Veras e o fundo da residência de minha madrinha Conceição Matos dava para a praça, era só sair pelo quintal e estava na pracinha), para ver de perto os dançantes, as índias, os puxadores de toadas, e os ébrios que recostavam-se em uma barraca de palha tomando uma pinga, e ouvir a toada que ficou na minha memória:
“A noite é bela
a irmandade chegou
estão brincando juntos
onze pedrinhas de amor”
A canção fazia menção a onze bumbas-boi dos povoados que havia se apresentando ao longo do arraial.
Foi ali na Pracinha que vimos ser realizado o primeiro JET´s- Jogos Escolares Tutoneses, organizado pelo jovem Jordane e amigos. Não lembro ao certo o ano, vou atrás dessa data.
O parque Ibiapaba vinha pra lá, na década de 90 estava nas paradas musicais a música “Brincar de Ser Feliz” da dupla sertaneja Chitãozinho e Xororó, era uma das mais pedidas pelos enamorados. Eu gostava de ir ao studio do parque e falar com o locutor, admirava a profissão. Tanto que anos mais tarde tornar-me-ia locutor das rádios comunitárias de Tutóia Teremembés FM e Litoral FM (entre os anos 1999 e 2004).
Ali na lateral da praça lembro das casa da professora Marilze Melo e seu esposo Moacyr Lima, casa do Dindô, da família do Chagas Viana, com as filhas e amigas minhas Roseles, Ivone e Jesus, o Comercial São Bento, do Zé Francisco, onde fui aprendiz de atendente (um mês somente), da casa geminada com uma quitanda de propriedade da professora Lilian, mãe dos meus amigos Liliana e Tony. Numa ruela onde hoje foi ocupada pela farmácia do Daniel Castelo Branco tinha a quitando do seu Zé Justa, onde comprávamos bombons. Tinha o Bar Cababal Drinks, que depois foi transformado no Restaurante da dona Rita, sua ex-esposa. Haviam outras residências que não recordo.
Mas, ali tem história antes de mim, o prefeito Celso Gomes da Fonseca (1931, 1937 a 1945) construiu um mercado, com belíssimo projeto arquitetônico. Foi demolido, sendo edificada a Praça José Sarney, demolida na gestão do prefeito Egídio Francisco Conceição Júnior (1.1.1997 a 1.1.2001 - 1.1.2010 a 1.1.2005). Atualmente funciona no local o Fórum da Justiça.
TEXTO: ELIVALDO RAMOS, 07.11.2021
Você tem alguma lembrança da Pracinha?, me ajude a construir um texto melhor!
A foto abaixo era o palco do Arraial.
Fotos: Arquivo do Kenard Kruel
Via blog Elivaldo Ramos
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