por EUGES LIMA (historiador, professor e membro efetivo do IHGM)
Nos anos de 1940, rodovias no Maranhão eram coisas raras e principalmente na região do Baixo Parnaíba, praticamente não existiam, o transporte corrente era o marítimo... Barcos, navios... A maneira mais viável e rápida de ir visitar sua mãe enferma, era pelo ar, Galhardo, então, já naquele momento aviador do estado do Maranhão, pede emprestado ao deputado estadual Januário Figueiredo, seu avião monomotor “Aeronca” P.P. – R.Z.P. Camocim.
8 de agosto...A aeronave não era nova e precisava de revisão, por isso, Galhardo, convida seu amigo e colega de Aeroclube, Betinho Chaves (Alberto Augusto Fontoura Chaves) para juntos revisarem o avião.
16 horas... Após o trabalho de revisão pelos pilotos, já durante à tarde, eles resolvem testá-lo e escolhem sobrevoar o então povoado da Forquilha (hoje, Bairro da Forquilha), então, área rural de São Luís, pois lá residiam algumas garotas conhecidas dos pilotos.
No momento que o avião “Aeronca” P.P. – R.Z.P. Camocim, pilotado por Almeida Galhardo e tendo como copiloto Betinho, sobrevoava o povoado da Forquilha, os pilotos são surpreendidos com uma pane no motor, desestabilizando completamente a aeronave. Mesmo com todas as tentativas da tripulação em recuperar o controle do aparelho, todos os esforços foram inúteis, caindo assim, vertiginosamente a aeronave em parafuso, direto no solo, em meio a uma roça da região. A carcaça do avião ficou completamente danificada.
Após o desastre, o poeta Almeida Galhardo, não resistiu e faleceu na hora com o impacto do avião no solo, no entanto, seu colega Betinho, ainda foi retirado dos destroços com vida, porém, não resistiu aos ferimentos e morreu ao dar entrada no pronto socorro.
Quando a noticia do acidente trágico dos dois jovens pilotos se espalhou pela cidade, São Luís foi tomada por uma grande comoção, provocada pela tragédia em si, mas também pela juventude das vitimas. Almeida Galhardo tinha apenas 26 anos, era jornalista, cronista esportivo - entusiasta do futebol maranhense -, poeta em ascensão e piloto de avião. Fazia apenas um ano que tinha recebido o seu brevê. Já era bem conhecido no meio jornalístico e cultural da cidade, era membro do CCGC (Centro Cultural Gonçalves Dias), uma das mais importantes agremiações literárias da juventude ludovicense desse período.
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