terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Operação da Polícia Civil apreende 5 mil pés de Maconha em Tutóia


Via blog do Elivaldo Ramos

Uma operação conjunta dos Delegados de Polícia Civil das cidades de Tutóia e Urbano Santos deflagraram a operação batizada de "Operação Reveillon" e apreenderam quase 5 mil pés de maconha no povoado Santaninha no município de Tutóia. 

Segundo o Delegado titular da Delegacia de Policia Civil de Tutóia, Dr. Leonardo Pereira, a informação sobre a plantação da maconha partiu da Regional de Chapadinha que comunicou o Delegado de Urbano Santos, Márcio Almeida, para realizar a operação conjunta.

O delegado informou ainda que a maconha já estava em ponto de colheita e eram plantadas em buracos com quantidades de 3 a 5 pés em cada um. Além da droga plantada em buracos havia uma plantação suspensa em "canteiros". A Polícia informou que haviam fileiras de 27x23 buracos em uma das roças com uma média de 3 pés em cada.

Mais da metade da droga foi incinerada no local pela própria Polícia e outra quantidade foi trazida à Delegacia de Tutóia. Uma amostra será encaminhada para perícia e o restante será incinerado.

Ainda de acordo com o Delegado quando a Polícia chegou a Santaninha prendeu um irmão de um dos traficantes e este revelou que havia uma segunda roça. A Polícia chegou a segunda plantação que ficava próxima de residências da comunidade e prendeu Francisco Candido de 60 anos, que se encontra preso na Delegacia de Tutóia e é suspeito de ser o dono de uma das roças. 

Familiares de um dos detidos estavam nesse momento na Delegacia de Tutóia. Uma senhora de mais de 60 anos estava muito agitada e perguntava pelo filho. Os policiais pediam calma para ela.

A operação contou com três policiais de Urbano Santos e quatro de Tutóia, auxiliados por dois Guardas Municipais.

Veja fotos. No próximo post colocaremos vídeos.




sábado, 27 de dezembro de 2014

Fim de uma era, uma nova civilização ou o fim do mundo?

LeonardoBOOFF.com


Há vozes de personalidades de grande respeito que advertem que estamos já dentro de uma Terceira Guerra Mundial. A mais autorizada é a do Papa Francisco. No dia 13 de setembro deste ano, ao visitar um cemitério de soldados italianos mortos em Radipuglia perto da Eslovênia disse:”a Terceira Guerra Mundial pode ter começado, lutada aos poucos com crimes, massacres e destruições”. O ex-chanceler alemão Helmut Schmidt em 19/12/2014 com 93 anos adverte acerca de uma possível Terceira Guerra Mundial, por causa da Ucrânia. Culpa a arrogância e os militares burocratas da União Européia, submetidos às políticas belicosas dos USA.
George W. Bush chamou a guerra ao terror, depois dos atentados contra as Torres Gêmea, de “World War III”. Eliot Cohen, conhecido diretor de Estudos Estragégicos da Johns Hopkins University, confirma Bush bem como Michael Leeden, historiador, filósofo neoconservador e antigo consultor do Conselho de Segurança dos USA que prefere falar na Quarta Guerra Mundial, entendendo a Guerra-Fria com suas guerras regionais como já a Terceira Guerra Mundial. Recentemente (22/12/2014) conhecido sociólogo e analista da situação do mundo Boaventura de Souza Santos escreveu um documentado artigo sobre a Terceira Guerra Mundial (Boletim Carta Maior de 22/12/2014). E outras vozes autorizadas se fazem ouvir aqui e acolá.
A mim me convence mais a análise, diria profética, pois está se realizando como previu, de Jacques Attali em seu conhecido livro “Uma breve história do futuro” (Novo Século, SP 2008). Foi assessor de François Mitterand e atualmente preside a Comissão dos “freios ao crescimento”. Trabalha com uma equipe multidisciplinar de grande qualidade. Ele prevê três cenários:
(1) o superimpério composto pelos USA e seus aliados. Sua força reside em poder destruir toda a humanidade. Mas está em decadência devido à crise sistêmica da ordem capitalista. Rege-se pela ideologia do Pentágo do”full spectrum dominance”(dominação do espectro total) em todo os campos, militar, ideológico, político, econômico e cultural. Considera-se a nação indispensável, a única que tem interesses globais e se dá o direito de intervir, em qualquer parte do mundo, caso sejam postos em risco. Mas foi ultrapassado economicamente pela China e tem dificuldades de submeter todos à lógica imperial.
(2) O superconflito: com a decadência lenta do império, dá-se uma balcanização do mundo, como se constata atualmente com conflitos regionais no norte da Africa, no Oriente Médio, na Africa e na Ucrânia. Esses conflitos podem conhecer um crescendo com a utilização de armas de destruição em massa (vide Síria, Iraque), depois de pequenas armas nucleares (existem hoje milhares no formato de uma mala de executivo) que destroem pouco mas deixam regiões inteiras por muitos anos inabitáveis devido à alta radioatividade. Pode-se chegar a um ponto com a utilização generalizada de armas nucleares, químicas e biológica em que a humanidade se dá conta de que pode se auto-destruir.
E então surge (3) o cenário final: a superdemocracia. Para não se destruir a si mesma e grande parte da biosfera, a humanidade elabora um contrato social mundial, com instâncias plurais de governabilidade planetária. Com os bens e serviços naturais escassos devemos garantir a sobrevivência da espécie humana e de toda a comunidade de vida que também é criada e mantida pela Terra-Gaia.
Se essa fase não surgir, poderá ocorrer o fim da espécie humana e grande parte da biosfera. Por culpa de nosso paradigma civilizatório racionalista. Expressou-o bem o economista e humanista Luiz Gonzaga Belluzzo, recentemente:
“O sonho ocidental de construir o hábitat humano somente à base da razão, repudiando a tradição e rejeitando toda a transcendência, chegou a um impasse. A razão ocidental não consegue realizar concomitantemente os valores dos direitos humanos universais, as ambições do progresso da técnica e as promessas do bem-estar para todos e para cada um”(Carta Capital 21/12/2014). Em sua irracionalidade, este tipo de razão, construi os meios de dar-se um fim a si mesma.
O processo de evolução deverá possivelmente esperar alguns milhares ou milhões de anos até que surja um ser suficientemente complexo, capaz de suportar o espírito que, primeiro, está no universo e somente depois em nós.
Mas pode também irromper uma nova era que conjuga a razão sensível (do amor e do cuidado) com a razão instrumental-analítica (a tecnociência). Emergirá, enfim, o que Teilhard de Chardin chamava ainda em 1933 na China a noosfera: as mentes e os corações unidos na solidariedade, no amor e no cuidado com a Casa Comum, a Terra.
Escreveu Attali:”quero acreditar, enfim, que o horror do futuro predito acima, contribuirá para torná-lo impossível; então se desenhará a promessa de uma Terra hospitaleira para todos os viajantes da vida (op.cit. p. 219).
E no final nos deixa a nós brasileiros esse desafio:”Se há um país que se assemelha ao que poderia tornar-se o mundo, no bem e no mal, esse país é o Brasil”(p. 231).

EMPRESÁRIO DA WM REUNI SUA EQUIPE DE FUNCIONÁRIOS PARA A CONFRATERNIZAÇÃO DA NOITE DE SEXTA-FEIRA

Texto e imagens do Blog Antonio Amaral


Auto-Center "WM" do empresário Wellington Matos, reuniu dezenas de funcionários da Empresa para confraternizar na noite de ontem na AABB, de Tutóia,  entre mecânicos, assessores, secretárias, recepcionistas.

A convite do empresário WM, blogueiros foram convidados para o encontro que marcou a data 26 de Dezembro na AABB, no centro da cidade. Na oportunidade o empresário reforçou o que rola nos bastidores o seu nome como pré-candidato a prefeito nas próximas eleições municipais no município de Tutóia, quando concedeu uma coletiva aos blogueiros ao afirmar que seu nome será testado entre os pré-candidatos já comentados.








quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Operação de Natal deflagrada pelo delegado Leonardo de Oliveira Pereira.

com informações do Blog Neto Pimentel

Isopor, dinheiro e drogas que estava com Raimundinho

Um homem identificado por Raimundinho foi preso em flagrante pela polícia civil de Tutóia, na manhã de ontem (24) numa operação de Natal deflagrada pelo delegado Leonardo de Oliveira Pereira.

Raimundinho foi encontrado com drogas e dinheiro dentro de um isopor de cerveja num bar próximo ao cais de Tutóia, e pelos indícios, estava comercializando drogas no local. Raimundinho tem 22 anos, e agora encontra-se detido na delegacia de Tutóia a disposição da justiça.


TSE valida os votos de Deoclides Macedo; Julião Amim assumirá vaga na Câmara Federal

Fonte: Blog da Sílvia Tereza

Votos de Deoclides são validados e Julião Amim assume como titular
Votos de Deoclides são validados e Julião Amim assume como titular
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) validou os votos de Deoclides Macedo (PDT) para deputado federal. Com isso, cai o deputado federal Alberto Filho e a vaga será ocupada por Julião Amim (PDT), já anunciado como secretário do Trabalho do  governo Flávio Dino (PCdoB).
O ex-prefeito de Porto Franco teve seus mais de 54 mil votos contados separados por conta de um parecer do Tribunal de Contas do Estado (TCE) contrário à aprovação de sua prestação de contas, posteriormente aprovada pela Câmara Municipal.
Julião Amim deverá tomar posse e se licenciar para permitir que Deoclides assuma o mandato de deputado federal enquanto ele estiver no governo de Flávio Dino.
Existe um acordo entre os dois políticos no sentido de que Julião permaneça na equipe já anunciada por Dino, cujo o novo governo  se inicia dia 31 de janeiro de 2015. Ele deve ser empossado e, posteriormente, deverá tirar licença.
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quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Mensagem Natalina do titular deste blog a você amigo leitor.



Nesse momento de paz, onde todas as pessoas se abraçam, se entendem, se cumprimentam e buscam por novos sonhos, para tentar descobrir a razão de ser feliz de verdade.
Neste momento onde Deus se faz presente em cada oração, cada família, em todos os lares, eu também gostaria de expressar o meu carinho por você.
Quero desejar que os seus passos nunca estejam sós, estejam sempre amparados pelos querubins e arcanjos que têm a missão de caminhar com você segurando firme em suas mãos, para que os seus pés nunca venham a tropeçar no meio do caminho.
Que neste Natal você possa sentir a presença de Deus, da paz, do amor e do perdão.
Feliz Natal, na paz de Deus, que sempre pode todas as coisas, pois para o Senhor nada é impossível.
Desejo que você realize os seus ideais.
Feliz Natal!


segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Novas técnicas devolvem a vida a pessoas que passaram até 10 horas sem batimento cardíaco nem atividade cerebral e fazem médicos voltar a discutir o que é morrer

a morte da hora da morte (Foto: Evandro Bertol)

Via revista Galileu

Não importa se por doença, acidente ou violência. Sua vida acaba quando o coração para. O sistema nervoso deixa então de receber oxigênio do sangue e entra em colapso. Após 5 minutos, os danos ao cérebro são considerados irreversíveis. Pouco depois você é declarado morto. Mas não devia ser assim. É o que dizem agora médicos e pesquisadores entusiastas de novas técnicas que têm trazido de volta à vida pacientes que ultrapassaram — e muito — o momento em que a medicina tradicionalmente considera alguém morto.
O entendimento de que após 5 minutos começa não valer mais a pena insistir na reanimação tem base nos chamados Critérios de Harvard, uma reunião de protocolos de 1968 que ainda é a principal referência para determinar a morte. Mas como seria possível explicar, com base nessa ideia, o caso do jogador de futebol Fabrice Muamba? Na tarde de 17 de março de 2012, o africano de 23 anos desmaiou no gramado do estádio White Hart Lane, em Londres, diante de 35 mil pessoas. Levado às pressas para o London Chest Hospital, seu coração ficou parado por 1 hora e 18 minutos. Ele sobreviveu, e sem nenhuma sequela. Milagre?
Nada disso. “A ciência trouxe Muamba de volta. Por todos os critérios médicos tradicionais, ele estava morto e agora está vivo”, afirma o pesquisador britânico Sam Parnia. Chefe da UTI do hospital da Universidade Stony Brook, em Nova York, Parnia acaba de lançar o livro Erasing Death (Apagando a morte, ainda sem tradução).
Muamba não é o único exemplo. Em junho de 2011, uma japonesa de 30 anos foi encontrada num bosque, morta por overdose de medicamentos — a temperatura do corpo, 20 oC, indicava que estava há muito tempo sem batimentos. Depois de mais seis horas dentro do hospital, ela voltou a respirar. “Ela esteve morta por pelo menos dez horas. Mas recebeu o tratamento adequado e hoje está bem”, afirma Parnia, que entrevistou os médicos japoneses após eles terem publicado o caso num periódico científico. De acordo com o relato deles, mesmo tendo passado quase metade de um dia morta, a mulher se recuperou e até teve um bebê no ano passado.
Em agosto de 2009, o motorista americano Joe Tiralosi, de 57 anos, deu entrada no Hospital Presbiteriano de Nova York. Tinha sofrido um enfarte. Foi levado para uma mesa de cirurgia e, depois de 20 minutos de massagem cardíaca, com respiração artificial e injeções de adrenalina, nada de pulso. Tiralosi também poderia ter sido declarado morto, mas os médicos continuaram tentando por 40 minutos. Seu coração voltou a bater — só que, enquanto os médicos desentupiam as veias que haviam provocado o enfarte, morreu uma segunda vez, agora por 15 minutos. Foi ressuscitado novamente. Três semanas depois, estava de volta para sua família no Brooklin com saúde física e mental impecável. “Há dez anos, continuar tentando depois de tanto tempo seria considerado irresponsável. Acreditava-se que o paciente, se voltasse a respirar, viveria em estado vegetativo”, diz o médico americano Robert Neumar, pesquisador da Universidade de Michigan. “Hoje, sabemos que o cérebro é mais resistente do que isso.”
MORTO?: O jogador de futebol Fabrice Muamba teve parada cardíaca por mais de uma hora, e poderia ter sido declarado morto. Mesmo assim, médicos ingleses conseguiram ressuscitá-lo usando as novas técnicas (Foto: Kevin Quigley/Daily Mail/Solo Syndication)
 O motorista, a mulher e o atleta só voltaram a viver porque os hospitais que os receberam usaram procedimentos de ponta, adotados paulatinamente nos últimos dez anos. E também porque tiveram a sorte de chegar em condições ideais para eles serem aplicados. Esses procedimentos acrescentam duas novas técnicas ao protocolo de emergência-padrão (aquele com o desfibrilador): manter a circulação de sangue no organismo por meio de um aparelho de oxigenação e, principalmente, resfriar o corpo (veja no fim da reportagem como isso funciona).

Quando usamos a geladeira para preservar carne é porque a temperatura baixa diminui a velocidade das reações químicas — logo, deixa mais lenta a decomposição celular. Para cada grau que o corpo é esfriado, a atividade metabólica é reduzida em 6%. “Se as 1.514 pessoas que morreram congeladas depois do acidente do Titanic dessem entrada em meu hospital hoje, boa parte sobreviveria”, diz Neumar. “Os corpos foram encontrados poucas horas depois e com a temperatura reduzida pelo oceano. Seus neurônios ainda podiam voltar.” Foi o que aconteceu com a japonesa ressuscitada, encontrada num ambiente gelado, o que provavelmente ajudou na preservação de seu corpo. Reduzir a temperatura funciona porque a morte, dizem os pesquisadores, é diferente da interpretação que a medicina dava a ela há dez anos — e que ainda é presente em centros médicos. Morrer não é um momento definitivo, e não se concretiza em poucos minutos sem batimento cardíaco. A morte agora é encarada como um processo complexo, mas, por muitos minutos, ou mesmo horas, reversível.
Quando as células do corpo começam a ficar sem sangue, as mitocôndrias, que usam oxigênio para gerar energia, ficam sem matéria-prima. Com isso, as células começam a produzir toxinas, como o ácido lático — a mesma substância responsável pela cãibra. O organismo recorre, então, a um plano B: tenta quebrar o ácido lático para gerar energia e ganhar algum tempo, à espera da volta da circulação. “É como se ligássemos um gerador pequeno de combustível inadequado, enquanto torcemos para que a eletricidade seja restabelecida logo”, afirma Scott Henderson, professor de ética médica da Luther Rice University. Se o gerador fica sem combustível, as células começam a devorar a si mesmas. “Cada tecido tem seu próprio tempo antes de morrer. E o dos neurônios, decisivos para que o organismo volte a funcionar, é bem mais longo do que pensávamos. Eles podem ser reativados horas depois que o cérebro é considerado morto”, afirma Henderson.
O corpo mais frio não só reduz a intensidade da degradação celular durante a parada cardíaca, mas também depois do retorno. É que, com o acúmulo de ácido lático no corpo, o oxigênio se torna nocivo. “Quando o organismo passa a funcionar com níveis muito baixos de oxigênio, uma volta rápida demais pode matar”, afirma Parnia. “Nas últimas décadas, muitas pessoas ressuscitadas morreram de vez, ou sofreram danos cerebrais porque foram envenenadas por oxigênio.”
Aí entra a segunda das técnicas inovadoras: o ECMO, um equipamento que filtra o sangue, oxigena e o bombeia de volta ao corpo. Funciona como um coração e um pulmão artificiais. Com o sangue circulando de novo e suprindo a carência de oxigênio, parte da degradação é revertida, dando tempo para que os médicos encontrem e resolvam a causa da parada. O ECMO também controla o retorno gradual da oxigenação do sangue, evitando o “envenenamento” por oxigênio.
O RESSUSCITADOR: Defensor mais conhecido das novas técnicas, o médico Sam Parnia fez com que as taxas de ressuscitação com sucesso em seu hospital em Nova York chegassem a 33% enquanto a média é 16% nos países desenvolvidos (Foto: Dan Callister/Alamy)

REAVIVANDO A DISCUSSÃO

Tanto o ECMO quanto o resfriamento são usados em conjunto com procedimentos tradicionais de emergência, como a compressão do peito, desfibriladores e respiração artificial. A respiração boca a boca, popular até o começo da década passada, não é mais recomendável: sabe-se agora que, com exceção de casos de afogamento, o organismo em colapso ainda tem reservas de oxigênio por até 10 minutos.
Desde o estabelecimento dos Critérios de Harvard, em 1968, a compressão e a respiração forçada se aplicam a todo organismo sem batimento cardíaco, sem respiração, sem movimentos do corpo e sem atividade cerebral — é assim que se define a morte em termos médicos. De todos estes pré-requisitos, a morte cerebral é decisiva. “Nos últimos anos, descobrimos que a morte cerebral, da forma como a conhecemos, é uma ficção”, diz Henderson. Geralmente, ela é medida por um eletroencefalograma, que não capta todas as funções cerebrais.
Além disso, sabemos agora, um neurônio inativo pode voltar a funcionar.  É possível, por exemplo, multiplicar neurônios de corpos que ficaram mais de quatro horas sem atividade cerebral. Foi o que fizeram os pesquisadores do Instituto Salk, da Califórnia. Em 2001, eles conseguiram cultivar novos neurônios em laboratório, usando células do cérebro de recém-falecidos — isso mostra, dizem eles, que os neurônios ainda seriam viáveis.
As novas técnicas reavivaram o interesse pela ressuscitação, área marcada por poucos e lentos avanços (veja-os na linha do tempo). Apenas a partir dos anos 1960 é que a combinação de massagem cardíaca e respiradores com tubos na traqueia começou a se disseminar. “A ressuscitação cardiopulmonar foi uma revolução. Mas, desde então, a medicina parou”, diz Vinay Nadkarni, professor da Universidade da Pensilvânia.
Os índices de ressuscitação bem-sucedida nos países desenvolvidos, em torno de 16%, não evoluíram nos últimos 25 anos. No hospital de Sam Parnia, em compensação, estão em 33% — mesmo índice de sucesso do Instituto do Coração (InCor), em São Paulo, que também usa as técnicas. Desde agosto deste ano, aliás, o resfriamento do corpo é recomendado para todos os hospitais brasileiros pela Sociedade Brasileira de Cardiologia. A instituição agora pede que os pacientes de colapso cardíaco sejam mantidos entre 32 oC e 34 oC por 12 a 24 horas. De acordo com a entidade, um paciente ressuscitado que é submetido ao resfriamento corporal tem 33% mais chances de se recuperar sem sequelas.
As medidas foram adotadas no InCor há três anos. “A técnica é revolucionária e nos obriga a repensar nossa definição para a morte”, afirma o cardiologista Sergio Timerman, chefe do laboratório de pesquisa e treinamento em emergência do hospital, e responsável pelo primeiro treinamento das novas técnicas na América Latina — realizado em agosto para 30 profissionais da área de saúde. “Os resultados são espantosos. A oxigenação do organismo aumenta em 60% as chances de sobrevida.” As práticas em São Paulo já ajudaram a salvar, entre outras pessoas, Airton Inamime, que sofreu uma parada cardíaca em março de 2012 no Metrô e foi submetido ao resfriamento e ao ECMO. Depois de 12 minutos, voltou à vida sem sequelas.
A adoção das técnicas ainda é gradual, embora sejam indicadas desde 2003 pelo Comitê Internacional de Ressuscitação (Ilcor, na sigla em inglês). Em Nova York, a partir de 2008, a prefeitura obrigou todos os hospitais a manter equipamentos de resfriamento. A medida está sendo adotada principalmente em hospitais dos EUA, Inglaterra, Alemanha, Coreia do Sul e Japão. De acordo com as estimativas de Parnia, se fosse adotada em larga escala nos EUA, poderia salvar 40 mil vidas por ano. “Sozinho, o resfriamento é revolucionário. Permite adiar a morte e ganhar tempo para desentupir as veias que provocaram um enfarte”, diz Nadkarni, que também é membro do Ilcor.
O uso de respiradores e desfibriladores demorou mais de uma década para se disseminar. O mesmo está acontecendo agora com as novas técnicas de ressuscitação, dizem seus defensores. “Os profissionais de saúde já conhecem as novas técnicas, mas ainda não sabem como colocá-las em prática”, afirma Timerman.
Em outubro de 2012, um estudo publicado na renomada revista científica The Lancet reforçou a importância da nova abordagem perante a morte. O levantamento concluiu que gastar mais tempo nos esforços de ressuscitação pode aumentar a chance de sobrevivência e de alta para pacientes com parada cardíaca. Ao todo, foram pesquisados 64.339 pacientes em 435 hospitais nos Estados Unidos. Os hospitais cuja média de tempo de ressuscitação era mais alta (25 minutos) tiveram 12% mais chances de que seus pacientes voltassem à vida em relação aos hospitais com tempo médio mais baixo (16 minutos).
DILEMA ÉTICO
Uma das consequências destas novas medidas é que dão tempo aos médicos para que curem os danos que provocaram o ataque cardíaco. “Em geral, ninguém mais deveria morrer de enfarte”, diz Sam Parnia. Em situações de morte que não o enfarte, a ressuscitação apenas adiaria o inevitável por algumas horas, ou dias. No entanto, ao abrir possibilidades para sobreviver a paradas súbitas no hospital, os métodos alimentam o dilema ético sobre até quando uma pessoa deve ser mantida viva. Se um paciente de câncer em metástase fosse ressuscitado, por exemplo, seria apenas para aguardar um novo colapso de seu organismo. O mesmo vale para a vítima de um acidente automotivo cujos órgãos sofreram danos que não podem ser recuperados. Nestes casos, a esperança pode estar na criogenia — mas no futuro. Por enquanto, a técnica consegue apenas congelar as pessoas, mas não descongelar.
Até lá, a ressuscitação tende a se tornar uma ciência cada vez mais complexa — Robert Neumar está pesquisando formas de resfriar o corpo no nível celular, para ganhar ainda mais tempo de recuperar pacientes. E pesquisadores da Universidade da Pensilvânia estão estudando os processos fisiológicos dos animais que entram em hibernação, para reproduzir em pacientes humanos. “Daqui a 20 anos, seremos capazes de trazer de volta à vida pessoas que passaram mais de 24 horas sem atividade cardíaca ou cerebral”, afirma Parnia. “Nossos netos não vão ver a morte da mesma forma que nós.”
história da ressuscitação (Foto: Evandro Bertol, Fábio Dias e Tiago Mali)



















A VOLTA DOS QUE NÃO FORAM
Como duas novas técnicas conseguem salvar a vida de pessoas horas após ficarem sem batimentos nem atividade cerebral

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a volta dos que não foram (Foto: Evandro Bertol, Fábio Dias e Tiago Mali)








A HORA DA MORTE
Cada parte do corpo demora um tempo diferente para entrar em colapso. Veja quanto podem durar após o coração parar de bater:
a hora da morte (Foto: Editora Globo)