O ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal, classifica como "inconcebível" a tentativa de procuradores da República de investigar um ministro com foro no STF. O ministro defendeu que o Conselho Nacional do Ministério Público deve ser acionado.
Marco Aurélio se refere a conversas entre procuradores da "lava jato", divulgadas nesta quinta-feira (1º/8), que mostram que Deltan Dallagnol tentou conectar o ministro Dias Toffoli, atual presidente do STF, aos casos de corrupção investigados na operação. A Constituição determina que procurador de primeira instância, como Dallagnol, não tem competência legal para investigar membros do STF.
De acordo com as conversas, em julho de 2016, a empreiteira OAS negociava um acordo para colaborar com a "lava jato". Dallagnol achou que seria um bom lugar para encontrar algo envolvendo o ministro.
"Caros, a OAS touxe a questão do apto do Toffoli?", perguntou em um grupo de procuradores no Telegram. "Que eu saiba não", respondeu o promotor Sérgio Bruno Cabral Fernandes, de Brasília. "Temos que ver como abordar esse assunto. Com cautela."
Gabriela Coelho é correspondente da revista Consultor Jurídico em Brasília.
Revista Consultor Jurídico, 1 de agosto de 2019, 14h16
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