Sete projetos apresentados no bojo do relatório final
da CPI da Violência contra a Mulher vão a votação em segundo turno
nesta terça-feira 27) no Plenário do Senado. As propostas passaram por
primeiro turno de discussão na quinta (22) e voltam à pauta no mesmo dia
em que a presidente Dilma Rousseff participa de sessão solene do
Congresso para homenagear os sete anos da Lei Maria da Penha e recebe o
relatório das mãos da senadora Ana Rita (PT-ES). A homenagem vai ser
realizada às 11h; a votação se inicia por volta das 16h.
A expectativa de Ana Rita, relatora da CPI mista, é de que os
projetos resultantes do trabalho da comissão sejam votados e aprovados.
– Com a aprovação, daremos uma grande contribuição para o enfrentamento da violência contra as mulheres – diz.
Uma das propostas (PLS 292/2013)
define o crime de feminicídio como uma "forma extrema de violência de
gênero que resulta na morte da mulher". De acordo com o texto, o crime
pode ocorrer em três situações: quando há relação íntima (de afeto ou
parentesco) entre vítima e agressor, quando há qualquer tipo de
violência sexual e quando há mutilação ou desfiguração da vítima.
Ana Rita diz que a tipificação do feminicídio no Código Penal é
importante porque reconhece, sob a forma da lei, que mulheres estão
sendo mortas pela razão de serem mulheres, "expondo a desigualdade de
gênero que persiste em nossa sociedade".
Além disso, argumenta ela, a tipificação evita que os agressores
sejam beneficiados "por interpretações jurídicas anacrônicas e
moralmente inaceitáveis, como a de terem cometido crime passional".
Segundo a CPI, foram assassinadas mais de 40 mil mulheres no Brasil
entre 2000 e 2010, cerca de 41% delas em suas próprias casas – e muitas
por companheiros ou ex-companheiros.
Entre os outros projetos há o que classifica a violência doméstica como crime de tortura (PLS 293/2013); o que prevê atendimento especializado no SUS (PLS 295/2013); o que permite às vítimas receber da Previdência uma ajuda temporária (PLS 296/2013); o que cria o Fundo Nacional de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres (PLS 298/2013); o que destina parte dos recursos do Fundo Penitenciário Nacional (PLS 297/2013
) à manutenção de casas de abrigo que acolham vítimas de violência
doméstica; e o que exige rapidez na análise da prisão preventiva para os
agressores (PLS 294/2013).
Para se tornarem leis, essas matérias têm de ser aprovadas pelo
Senado e, em seguida, pela Câmara dos Deputados. A CPI apresentou mais
seis projetos, que farão o caminho contrário: começam sua tramitação na
Câmara e depois, se aprovados, vêm ao Senado.
Fonte: Agencia Senado.
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