Crescimento do número de acessos com baixa velocidade faz país cair quase dez posições em ranking global da Akamai em menos de um ano.
O Brasil caiu, pela terceira vez consecutiva, no ranking de velocidade média de conexões de internet divulgado pela empresa de internet americana Akamai. Segundo o estudo publicado nesta terça-feira, os brasileiros acessaram a internet com uma velocidade de 2,7 megabits por segundo (Mbps) no 3º trimestre de 2013. O resultado coloca o país na 84ª posição do ranking, que considerou 140 países. No 1º trimestre do ano passado, o Brasil estava no 73º lugar.
Com esta velocidade média, o Brasil fica atrás de países como a Turquia (4 Mbps), Cazaquistão (3,5 Mbps) e Iraque (3,1 Mbps). A posição do Brasil também é pior que a da maioria dos vizinhos da América do Sul analisados no estudo. O Equador, país latino-americano com melhor posição no ranking global, registrou velocidade média de 3,6 Mbps no período. Chile, Colômbia e Argentina também têm conexões de internet mais velozes que o Brasil.
“O Brasil ainda está na fase de inclusão digital, com o número de
conexões aumentando a cada trimestre. A maioria delas tem velocidade
baixa, o que faz o país cair no ranking global”, explica Jonas Silva,
diretor de canais e programas para América Latina da Akamai. A empresa
analisou as conexões de 34,2 milhões de endereços IP únicos usados para
acessar a internet no Brasil no 3º trimestre de 2013 – 30% a mais que no
1º trimestre do ano passado.
Outros países emergentes também enfrentam fenômeno semelhante, já que
o número de conexões nesses países cresce continuamente, mas a
velocidade é, em geral, baixa. No estudo da Akamai, a China ficou em 75º
lugar, com velocidade média de 2,9 Mbps no terceiro trimestre. A Índia
ficou bem atrás do Brasil, no 123º lugar, com conexão de internet de
apenas 1,1 Mbps.
Para elaborar o estudo, a equipe da Akamai analisa os acessos a sua
plataforma de entrega de conteúdo, que a empresa afirma representar
entre 20% e 30% do tráfego de internet global. Para o ranking de 2013, a
empresa considerou 140 dos 239 países onde atua. Somente os países que
possuem mais de 25.000 endereços IP únicos acessando a internet por meio
da plataforma da Akamai são considerados pelo estudo.
Internet mais veloz cresce – De acordo com o estudo
da Akamai, apenas 20% das conexões de internet no Brasil possuem
velocidade entre 4 Mbps e 10 Mbps. Quando se trata das conexões mais
rápidas, com velocidade acima de 10 Mbps, a fatia é ainda menor: apenas
0,9% da amostra considerada pela empresa. Os outros 79% da amostra são
formados por conexões de baixa velocidade, abaixo de 4 Mbps.
O número de conexões de internet mais velozes tem aumentado
rapidamente no país, o que pode contribuir para melhorar a posição do
Brasil nos próximos anos. Segundo a Akamai, a quantidade de conexões de
internet acima de 10 Mbps cresceu 61% e as conexões com velocidade entre
4 Mbps e 10 Mbps aumentaram 65%, no período de um ano.
“As operadoras querem que os usuários contratem conexões mais rápidas
para que elas possam oferecer outros serviços, como pacotes de TV pela
internet. Os preços estão caindo e a tendência é que, no futuro, mais
pessoas utilizem conexões de internet mais rápidas”, diz Silva, da
Akamai. “O Brasil vai parar de cair no ranking em algum momento no
futuro.”
Internet no celular – Além das conexões de banda
larga fixa, a Akamai também estuda a velocidade da internet móvel no
Brasil. Segundo o relatório, que considera os acessos por meio de redes
3G e 4G, os brasileiros acessaram a web no celular com velocidade média
de apenas 1,7 Mbps no terceiro trimestre de 2013. Embora seja baixa, a
velocidade média coloca o Brasil na liderança entre os países da América
Latina, junto com Chile e Uruguai.
De acordo com a empresa, a baixa velocidade da banda larga móvel faz o
brasileiro esperar em média 12 segundos para que uma página de web seja
carregada por completo no celular. No caso do computador, o brasileiro
precisa esperar, em média, seis segundos para ver uma página de web.
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