Ele foi encontrado pela PF entre as cidades de Carolina e Estreito (MA).
Dinheiro desviado na fraude chega a R$ 73 milhões.
A Polícia Federal informou neste sábado (18) que foi preso um dos foragidos suspeito de envolvimento em uma fraude milionária contra a Caixa Econômica Federal. O suplente de deputado federal de Estreito (MA), Ernesto Vieira de Carvalho Neto (PMDB), foi detido entre os municípios de Carolina e Estreito, sul do Maranhão, na Operação Éskhara, deflagrada para desarticular uma organização que teria cometido uma fraude de R$ 73 milhões por meio de um falso prêmio da Mega-Sena no fim do ano passado.
De acordo com o delegado da PF em Araguaína (TO), Omar Peplow, as investigações mostram que o grupo criou uma conta falsa para receber um prêmio da Mega-Sena, também falso. Os suspeitos procuraram o gerente da agência da Caixa em Tocantinópolis, Robson Pereira do Nascimento, que aceitou participar da fraude, informou a Polícia Federal em entrevista coletiva na manhã deste sábado (18), em Araguaína.
Ainda conforme o delegado, os gerentes têm a senha nacional, por meio
da qual é possível acessar a conta para retirada do prêmio da Mega-Sena.
O prêmio foi "pago" no dia 5 de dezembro de 2013. Segundo a PF, no
mesmo dia teria ocorrido uma “queda” no sistema da Caixa, o que
facilitou a operação.
O gerente envolvido está preso desde o dia 22 de dezembro, depois que
as investigações identificaram a abertura da conta corrente na cidade. O
dinheiro desviado foi redistribuído em contas espalhadas em vários
estados como Ceará, Maranhão, Goiás e São Paulo, mas podem existir mais contas, segundo o órgão.
O advogado do gerente preso, Sandro Queiroz, informou que apresentou
documentos para a PF que comprovam que o suspeito agiu de acordo com as
normas da Caixa Econômica Federal sem
saber que se tratava de um golpe. “Nós já entramos com o pedido de
liberdade e podemos confirmar que meu cliente é 100% inocente”, disse.
Já o advogado de Ernesto Vieira disse que tudo se tratou de um engano.
"Desde quando os bens do meu cliente foram bloqueados que nós tentamos
explicar. Na verdade a quantia repassada para a empresa na qual ele é um
dos proprietários, trata-se da venda de uma propriedade de 85 hectares
em uma área urbana", explica Everson Cavalcante. De acordo com o
advogado, o bem foi vendido para que fosse feito um loteamento no local.
"Temos todos os documentos para provar", ressaltou.
Segundo a PF, no procedimento padrão da Caixa para a premiação da
Mega-Sena, o gerente recolhe a documentação do premiado e fica
responsável por enviar o bilhete e todos os documentos para a Caixa em
São Paulo para validação. Só depois disso é que o gerente sacaria o
dinheiro. Segundo a PF, gerente de Tocantinópolis diz que enviou tudo por malote, mas nada chegou à sede da Caixa.
Se denunciados pelo Ministério Público, os suspeitos podem responder
pelos crimes de peculato, receptação majorada, formação de quadrilha e
de lavagem de dinheiro. Caso sejam condenados, as penas somadas podem
chegar a 29 anos de prisão.
A Caixa Econômica Federal informou por meio de nota que acionou a
polícia logo que constatou a fraude. O também informou que continua
acompanhando o caso e está à disposição da PF para colaborar com as
investigações.
Fonte: G1
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